sábado, 19 de outubro de 2013

LEITURA ORANTE DO EVANGELHO DO 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C

Queridos/as jovens,
Nesse domingo, o evangelho traz uma parábola que fala de uma viúva que mesmo recebendo um não do juiz que sendo injusto diz a ela que não vai conceder o seu pedido. Ela volta e não desiste, e sempre pede, pois sabe que o que pede não é nada mais que o justo.


Texto Bíblico: Lc 18, 1-8.

“Fazei-me justo e persistente”.


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LEITURA ORANTE DO EVANGELHO DO 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM - PDF


domingo, 13 de outubro de 2013

LEITURA ORANTE DO EVANGELHO DO 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C

Queridos amigos/as jovens,

O evangelho deste domingo nos traz um assunto que parece ter sido “exterminado”, a lepra. Como doença a lepra não tem aparecido tanto nos dias atuais, mas nem assim deixamos de ver ‘‘leprosos” em nosso meio. Nossa sociedade está repleta destes. Não é muito difícil de achar um, basta sair na rua para ver, aqueles adolescentes se drogando embaixo das pontes, jovens marginalizados infectados com a lepra do vício ou até mesmo pessoas se prostituindo para sobreviver, a incredulidade, materialismo, falta de perdão, e mais uma lista infindável de desventuras, são lepras que tem causado tanta exclusão quanto a milenar doença, separando pessoas da graça e misericórdia do alto.. E assim como Jesus, devemos acolher essas pessoas, sem discrimina-las e exclui-las, devemos ajudar na conversão dos leprosos do nosso tempo.

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domingo, 6 de outubro de 2013

LEITURA ORANTE DO EVANGELHO DO 27º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C

Neste domingo,refletimos acerca da nossa fé, a partir do que nos desafia e nos interpela a sempre seguir pedindo forças pra continuar acreditando num mundo novo, livre das desigualdades.

Texto Bíblico: Lc 17, 5-10

“Aumenta minha fé, faz-me ir mais longe”.



Faça aqui o download:

LEITURA ORANTE DO EVANGELHO DO 27º DOMINGO DO TEMPO COMUM – PDF


sábado, 28 de setembro de 2013

Homilia do 26° Domingo do Tempo Comum - Ano C

As leituras deste domingo continua nos falando sobre o uso dos bens. Temas como a avareza, a cobiça e o apego aos bens são muito próprios no Evangelho de Lucas. O profeta Amós, profeta da justiça social, alerta que, na sociedade, há um grupo que esbanja e, certamente, outro que passa necessidades.

A parábola contata por Jesus relata a inversão dos valores na eternidade: os ricos nada terão e o Reino será dos pobres. Há um grande abismo entre o egoísta e o pobre: ninguém pode se aproximar de quem só pensa em si mesmo, por isso, ele se isola, fica solitário no mundo escolhido por ele mesmo. O inferno é um mundo de isolamento: há um abismo, diz-nos Jesus.
O evangelho deste domingo não deve ser uma condenação dos ricos e nem a salvação incondicional do pobre. O que salvou Lázaro não foi somente a falta de bens, mas a sua humildade. Também o que condenou o rico não foi a posse dos os seus bens em si mesmos, mas o mau uso deles: o esbanjamento, o acúmulo e o egoísmo.

A pobreza é um valor evangélico. A conversão é um processo de empobrecimento. É interessante observar que o Evangelho faz uma relação entre pobreza e escatologia (=estudo das realidades últimas). Há teólogos que definem o purgatório como um processo de última conversão que coincide com o último empobrecimento. Quando deixamos de confiar em nós mesmos, quando deixarmos todos os nossos apegos (materiais e afetivos), quando nossa vida estiver totalmente livre nas mãos de Deus, então estaremos totalmente empobrecidos para entrar no Céu. A Vida Eterna, portanto, será um estado de vida de total entrega a Deus, uma total confiança que será abraçada com o total despojamento. A vida é uma oportunidade para o despojamento gradativo de nós mesmos. Por outro lado, o apego aos bens escraviza, torna a vida um inferno, uma separação total das pessoas e de Deus.

Para quem se satisfaz com relatos sobre os sinais do além e o diálogo com os mortos, o Evangelho deixa claro que não é possível que isso aconteça. O rico quer que o milagre converta seus familiares. Abraão (como um interlocutor de Deus) nos esclarece que se os ricos não vêem o milagre da vida a cada dia, se não são tocados pela Palavra de Deus (Moisés e os profetas), já estão condenados. Há sempre o risco da necessidade de coisas extraordinárias para que aconteça a conversão. Não são os prodígios e nem as visões, mas sim o milagre de cada dia que nos conduz a uma abertura para a vida, para o amor.

Como estamos gastando a vida? Onde está a nossa riqueza e o que significa para nós a pobreza? Do bem viver, do se preocupar com o que vale a pena é que depende a nossa realização e a vida eterna. Cada minuto de nossa vida deve ser bem gasto, deve ser bem aproveitado. A cada instante podemos viver os verdadeiros valores ou deixar os dias passarem sem que a vida tenha seu êxito.

No mundo tão materialista e egoísta, o valor da generosidade perde espaço. O Evangelho nos convida a termos atitude generosa com a vida, com os bens; ensina-nos a partilhar. Santo Ambrósio nos alerta: “Dar aos pobres devolver o que não nos pertence”. Uma parábola do Taoismo nos diz que quando a pessoa vai para o inferno, descobre que lá existe um grande banquete, nada de fogo e enxofre de que falam algumas tradições. As pessoas estão sentadas ao redor de grandes mesas redondas, com pilhas e pilhas de todos os tipos possíveis e imagináveis de pratos deliciosos. Só há um problema: os garfos, colheres e facas são do mesmo tamanho que as mesas, e as pessoas estão se esforçando em vão para comer com esses talheres imensos. Quando alguém chega ao Céu, encontra o mesmo banquete, mas com uma diferença: as pessoas sentadas de lados opostos da mesa dão comida umas para as outras. O Céu depende de nossa atitude generosa.


Pe. Roberto Nentwig

terça-feira, 24 de setembro de 2013

LEITURA ORANTE DO EVANGELHO DO 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C

Queridos/as amigos/as jovens,


Neste domingo 29 de setembro de 2013, refletimos acerca da nossa conduta diária frente aos bens que aqui na terra recebemos, desse modo vamos tomar como lição a parábola do rico e de Lázaro, para nos orientar quanto ao que de fato possui valor no caminho para alcançar o Reino dos céus. Hoje vivemos num tempo onde o “Ter” parece mais importante que o “Ser”, percebemos neste comportamento a influência da mídia que impulsiona cada vez mais o consumismo, sobretudo no meio da juventude.


Clique no Link abaixo e faça download da Leitura Orante desse domingo:

LEITURA ORANTE DO EVANGELHO DO 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C - PDF 

LEITURA ORANTE DO EVANGELHO DO 26º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C - Mp3

Boa reflexão/ação a todos/as.



Sugestões de Músicas e vídeos


Refrão Meditativo - Deus vos Salve Deus (ODC)




A parábola do Rico e de Lázaro



*Roteiro de leitura orante produzido por Luis Adriano Correia – Pastoral da Juventude do Meio Popular/PJMP
*Colaboração na gravação do áudio disponível no Blog Cristonautas Brasil – Padre Lima de Deus –Diocese de Cornélio Procópio/PR

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

LEITURA ORANTE DO EVANGELHO DO 25º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C



Queridos amigos/as jovens,


Neste domingo 22 de setembro de 2013, retomamos a reflexão do Tema da campanha da fraternidade de 2010 – Economia e Vida, que trazia como lema “Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro”, esta passagem do Evangelho de São Lucas nos faz refletir sobre os desafios atuais no que diz respeito às formas de sobrevivência e desenvolvimento de um povo, na perspectiva da economia solidária, e também a levar em consideração tantos outros assuntos, como o consumismo e questões comportamentais referentes ao caráter.



Clique no Link abaixo e faça download da Leitura Orante desse domingo:





quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O FILHO PRÓDIGO: DA ESCOLHA ERRADA A SEGUNDA CHANCE (Lectio Divina em Desenho)



Ele foi embora e provou do doce e amargo que o mundo o ofereceu. Esta imagem representa o filho, que depois de arrependido, decide voltar pra casa, e se ajoelha perante o seu pai e pede perdão. O vermelho e o cinza da imagem representa o seu sofrimento pela escolha errada.


Mesmo tendo se desviado dos caminhos, o coração de um pai bondoso se encheu de felicidade ao ver que o seu filho volta e o recebe de braços abertos. Daí então O verde, azul e amarelo simbolizam a segunda chance e sua volta pra casa. 

De modo geral, esta imagem simboliza o amor de um pai, que independente das escolhas do filho, não o questiona, apenas o recebe de volta com toda a sua ternura.

Ananias de Lima Verçosa (Nano Lima)
Grupo Renascer da PJMP - Ibiratinga
Diocese dos Palmares - Pernambuco

LEITURA ORANTE DO EVANGELHO DO 24º DOMINGO DO TEMPO COMUM



ACOLHIDA

Desenho feito por Ananias (Nano) Lima - PJMP
Para iniciar pode se cantar um canto conhecido do grupo, que possivelmente tenha haver com o evangelho a ser refletido. Sugerimos este para inspirar a leitura:

Alegrai-vos sempre no Senhor! Alegrai-vos no Senhor! (bis)
Alegrai-vos! Alegrai-vos! Alegrai-vos no Senhor! (bis)


Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.



LEITURA – O que diz a Palavra de Deus? 

 

Texto Bíblico: Lc 14, 25-33


Propomos que a leitura sempre possa ser feita mais de uma vez, principalmente se for partilhada em um grupo, é importante que o texto seja lido uma vez em voz alta, e deixar que todos leiam silenciosamente o texto logo em seguida.

Neste domingo, as parábolas contadas por Jesus, nos remete à plenitude do sentimento da alegria do reencontro, alegria esta partilhada com a comunidade, mesmo com a pouca aceitação de seus exemplos por parte dos fariseus e doutores da lei, que não entendiam porque Ele acolhia os pecadores, e dava nova esperança e perspectiva de vida aos que haviam perdido.


MEDITAÇÃO – O que nos diz a Palavra de Deus?


Pistas para reflexão:


1. Logo no início do texto percebemos o quanto Jesus foi incompreendido pelos fariseus e doutores da lei. Quando diziam “Esse homem come acolhe os pecadores, e come com eles!”. E nós, como estamos agindo hoje, como Jesus ou como os fariseus e doutores da lei? Acolhemos os pecadores, nossos semelhantes, ou simplesmente apontamos as suas falhas?

2. Quando Jesus conta a parábola da ovelha perdida, ele quer nos mostrar que cada pessoa tem seu valor, será que nós valorizamos todos os nossos amigos e/ou membros do grupo, ou queremos que todos tenham que ser iguais a nós? Aceitamos conviver com as diferenças?


3. Na parábola da moeda perdida, vemos o mesmo exemplo, por outro ângulo, a mulher perdeu uma única moeda das dez que possuía, e deu a esta moeda a mesma importância das outras, procurando-a até encontrá-la. Será que damos este mesmo valor às coisas que conquistamos por nosso próprio esforço? Será que damos importância a um jovem que se afasta do nosso grupo ou da Igreja?

4. Quando ouvimos de Jesus a parábola do filho pródigo. Qual o sentimento que o ato de voltar pra casa do pai nos transmite? Parecemo-nos com este filho que volta pra casa depois de descobrir que a vida fora dela não era o que imaginava? Parecemo-nos com este Pai que acolhe sem olhar as suas faltas? Ou Parecemo-nos com o outro filho que não saiu de casa e sentiu-se no direito de julgar seu irmão?

5. A grande mensagem deste evangelho está na alegria em ter de volta algo que se havia perdido: uma ovelha, uma moeda, um filho. Como reagimos diante das falhas dos outros? Nos alegramos quando recebemos nossos amigos de volta ao nosso convívio ou do nosso grupo? Acolhemos com alegria?

ORAÇÃO – O que podemos dizer a Deus?

E com esta poesia respondamos a Deus ao que Ele nos pede:

Senhor sou filho Teu
E quero te dizer
Não sou doutor, nem fariseu
Ao pecador quero acolher.


Quero ser como o bom pastor
Das ovelhas saber cuidar
Vou trabalhando com amor
Se uma se perde vou buscar.

Como a mulher que se alegra
Com a moeda que encontrou
Vou me alegrar com a juventude
Que o Teu amor reencontrou.

Quero a humildade desse filho
Que à sua casa retornou
E a acolhida desse Pai
Que a esse filho perdoou.

Dá-me a alegria do reencontro
A humildade do perdão
Pois mais feliz é quem perdoa
E acolhe com o coração.

Amém.

CONTEMPLAÇÃO – O que guardaremos no coração? 

 

Fiquemos com esta frase para que sirva de motivação constante a sermos discípulos de Jesus Cristo frente aos desafios da atualidade:

“Haverá mais alegria no céu por um pecador que se converte”.


AÇÃO – Qual a nossa atitude diante dessa leitura?

Depois que refletimos a Palavra de Deus, sugerimos que a exemplo dela possamos realizar algo concreto.

Individualmente – Procurar acolher mais aos nossos amigos que voltam ao nosso convívio, ou ao nosso grupo. Praticar o perdão, e olhar as falhas dos nossos semelhantes com o olhar amoroso de Jesus Cristo, evitar julgamentos.

Em grupo – Promover um encontro com os que estão afastados do nosso grupo, fazer perceber nesse dia, que todos são importantes, independentemente do que os desafia e impedem de serem frequentes nas reuniões e atividades da comunidade. O acolhimento é fundamental para fazer com que os outros se sintam bem no ambiente e percebam que Deus se faz presente na presença dos amigos que se encontram em seu nome.


SUGESTÕES

 
CANTO: O filho Pródigo (Pe. Zezinho)

Filosofia não me deu felicidade,
explicação não explicou o que eu te fiz.
Eu tinha tudo ao meu redor,
saúde, paz e tanto amor
e mesmo assim não soube ser feliz.

Minha casa é a casa do Senhor
Minha casa é a casa do Senhor (bis).


Eu me afastei porque pensei ser meu direito
usar daquilo que era meu como escolhi.
Eu tinha ao meu redor
e Deus me dava o seu amor
e mesmo assim meu Deus eu não ouvi.

Imaginei saber de tudo e fui descrente
contra meu Deus ouvi falar e me calei.
Não eu não fui um bom cristão,
pois fiz ao mundo concessão
e sem notar, de Deus me envergonhei.

Igual ao filho que partiu naquela história,
felicidade longe dele eu não achei.
Filosofia não me deu
aquela paz que vem de Deus,
ao meu Senhor agora eu voltarei.




Sugestões de Vídeo 

Parábola da Ovelha Perdida



Uma versão moderna do Filho Pródigo


 

Mais Vídeos:

Parábola da Moeda Perdida
 
O Filho Pródigo – Pe. Zezinho (Música)

A ovelhinha – Pe. Antônio Maria (Música)










*Roteiro de leitura orante produzido por Luis Adriano CorreiaPastoral da Juventude do Meio Popular/PJMP

*Lectio Divina em mp3 produzida pelo Padre Lima de Deus - Diocese de Cornélio Procópio - Paraná. 
*Imagens Públicas da Internet – Pesquisa de imagens do Google.

*Vídeos sugeridos hospedados em youtube.com

terça-feira, 10 de setembro de 2013

EXTRA! EXTRA! A MESSE É GRANDE E OS OPERÁRIOS SÃO POUCOS!!!


Galera estamos precisando de pessoas que se habilitem a:

- Criar imagens para divulgação dos roteiros semanais no facebook, blog, página, etc.. (pode ser pintura, desenho a mão, ou foto editada) não precisa ser nada profissional, mas que venha do coração e da doação pessoal de cada um para os jovens do Brasil.

- Gravar as leituras orantes em mp3 (gente que tem o dom de falar e se experssar bem e gosta de fazer isso, gravar o roteiro já preparado).

- Gravar vídeo de você realizando a lectio divina semanal (individualmente, com um amigo ou com seu grupo) para dinamizar nossas reflexões semanais.

Grande Abraço.

domingo, 8 de setembro de 2013

A PALAVRA DE DEUS É VIVA E EFICAZ

Dom Juventino Kestering


“Pois a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração(Hebreus 4,12)[1].
Esta frase da carta aos Hebreus inclui duas palavras dinâmicas e sempre atuais: “viva” e “eficaz”.  Neste 1º Congresso Brasileiro de Animação Bíblica da Pastoral, falar de “Pastoral na vida da Igreja: uma nova compreensão de Pastoral num mundo em mudança” é resgatar e atualizar a dinâmica da pastoral para que ela seja “viva e eficaz”. Viva para responder aos anseios, às buscas, às necessidades dos homens e das mulheres de hoje. Eficaz porque o homem e a mulher modernos já não suportam algo que não tem significado e nem se sente atraído a aquilo que não é eficaz. É claro que a pastoral não é a soma de resultados mensuráveis como o lucro de um empreendimento, onde a satisfação, a recompensa, a auto-estima e a projeção são balizas para as pessoas no mercado de trabalho. Porem, não se pode envolver pessoas, tempo e recursos em projetos que não tem significado para a vida e gera um certo grau de satisfação.

1. A Palavra na experiência de Israel.
A Palavra é a experiência vivida pelo povo de Israel de que Deus é ‘amor fiel’ (1Cor 1,9). Que está presente desde a origem até o cumprimento total das suas promessas: quando ‘Deus será tudo em todos’ (1Cor 15,28). A Palavra contem as respostas do povo às ações e propostas de Deus. Acolhendo sua aliança, outras vezes entrando por caminhos errados. Mas Deus nunca abandona seu povo. E, por isso, envia seu Filho como Palavra Viva e Eficaz, para realizar suas promessas. A Palavra de Deus é Jesus: caminho, verdade e vida (Jo 14,6). O Caminho verdadeiro nos leva à Vida (LG 2)[2]. Ao se apresentar como Caminho Jesus resume as dimensões inseparáveis da Palavra: presença e dons de Deus às pessoas para que convivam como filhos e irmãos, e realizem um mundo novo, justo e fraterno. São Paulo assim resume sua experiência de contato com a Palavra: “Muita vezes e de muitos modos, Deus falou outrora aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio de seu Filho...” (Hb 1,1-2). “Nós mesmos não deixamos de falar daquilo que vimos e ouvimos” (At 4,20).

2. A dinâmica da Pastoral.
A pastoral requer, nos tempos atuais, uma dinâmica que atinja a pessoa na sua dimensão humana, na sua vida, em algo que significa e faz vibrar pelo Reino. Além vida pessoal, a pastoral haverá de ajudar a pessoa a realizar a plenitude da vida, em comunhão, colaboração e co-responsabilidade com todas as outras pessoas e trabalhar por uma “vida em plenitude” para todos.
A pastoral tem por objetivo ‘evangelizar’, ‘pastorear’, ‘ensinar os caminhos do Senhor’, ‘fazer meus discípulos’ (Mt 28,19) e dar vida. Disse Jesus “Eu vim para que  tenham vida, e a tenham em abundancia” (Jo 10,10).
O papa Bento XVI lembra que o encontro com Jesus é o ponto de partida fundamental da experiência cristã. E esclarece: “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande idéia, mas através do encontro com um acontecimento, com uma pessoa, que dá um novo horizonte à vida, e com isso, uma orientação decisiva” (D.A 243)[3].
Para conseguir esse objetivo, não bastam técnicas, planejamento, boa vontade e entusiasmo. Ninguém conhece a Deus, se ele não se revela e se comunica. Ele, de fato, se revelou por meio de ações e palavras (DV 2)[4]; de maneira especial, em Jesus Cristo; e se comunica para ‘que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade’ (1Tim 2,4).
A pastoral tem como base a Palavra de Deus, e não qualquer outra palavra. Uma pastoral que acolhe a Palavra, se deixa iluminar por ela e a põe em prática. A Palavra não é apenas um conteúdo doutrinal a ser apreendido e memorizado, mas uma ‘prática’, uma experiência de vida, um estilo de vida. A Palavra ilumina a caminhada, corrige erros e desvios e cria esperança de muitos frutos. Não se trata de uma palavra inventada ou fruto de erudição, mas como diz São João “O que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos para que estejais em comunhão conosco. E a nossa comunhão é como Pai e com seu Filho, Jesus Cristo” (1Jo 1,3), pois “aprove a Deus, e em sua bondade e sabedoria revelar-Se a Si mesmo e tornar conhecido o mistério de Sua vontade” (DV 2).
“Graças a este sentido da fé, que é suscitado e amparado pelo Espírito de verdade, o povo de Deus, sob a orientação do sagrado Magistério e na fiel obediência ao mesmo, recebe, não uma palavra humana, mas verdadeiramente o que ela é, a Palavra de Deus, adere indefectivelmente à fé, transmitida aos santos de uma vez para sempre, penetra-a mais profundamente e convenientemente, e transpõe-se para à vida com maior intensidade” (cf LG 12). São Paulo assim escreve: “Agradecemos a Deus sem cessar, porque, ao receberdes a Palavra de Deus que ouvistes de nós, vós a recebestes não como palavra humana, mas como o que ela de fato é: Palavra de Deus, que age em vós que acreditais (1Ts 2,13).

3. Por uma pastoral que acolha a Palavra, se deixe iluminar por ela e a põe em prática.
A conversão pessoal e a conversão pastoral. O encontro com Jesus Cristo nos leva à conversão, a sermos discípulos, a viver em comunidade e ao compromisso com a realização eficaz do Reino de Deus. A conversão pedida por Jesus é ‘convertei-vos e crede no evangelho’ (cf Mt 4,17). Não é apenas uma mudança moral ou de algumas práticas religiosas, mas é uma ‘mudança de mentalidade’, uma ‘vida nova’, reorientação de critérios, valores, decisões e compromissos de vida. As pessoas que acolhem a ‘boa nova’ do Reino, seguem Jesus, estão com ele, e vêem seus atos, ouvem seus ensinamentos e com a vinda do Espírito Santo, começam a viver unidos num só coração e numa só alma, como filhos de Deus e irmãos (cf At 2,42-46).
Muito já se falou e escreveu sobre a necessidade de desinstalação do comodismo e do estancamento da Igreja. “A Igreja necessita de forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres do continente. Daí o desafio da conversão pessoal, pastoral e estrutural, a fim de chegarmos à prática de uma Igreja missionária (D.A 362).
Tudo isso depende da renovação das estruturas eclesiais e da passagem de uma pastoral de mera conservação para uma ação decididamente missionária (D.A 365-366. 370), renovando as paróquias, as pastorais e os movimentos eclesiais (D.A 172-173), articulando pequenas comunidades, promovendo a espiritualidade de comunhão na Igreja, o serviço aos pobres e mobilizando a todos à missão, sobretudo os leigos (D.A 307-310. 372). Assim superar a pastoral de mera conservação e partir para uma pastoral decididamente missionária.
Nesta perspectiva, a Palavra de Deus abre caminhos e aponta luzes. Mais ainda, a Palavra de Deus é luz, conteúdo, exemplo, caminho e estilo de realização da pastoral. Ela vai proporcionar aos fiéis a experiência cristã fundamental: somos filhos/filhas de Deus, que é Pai; e somos irmãs/irmãos.
Um primeiro passo da pastoral que se fundamenta na Palavra de Deus seja iluminada por ela, será conhecer a Palavra e acolhe-la “Assim a Igreja, na sua doutrina, vida e culto perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo que ela própria é e tudo quanto ela acredita. Com efeito, cresce o conhecimento tantos das coisas como das Palavras que constituem parte da Tradição, quer mercê da contemplação e do estudo dos crentes que a meditam no seu coração, quer mercê da íntima inteligência que experimentam das coisas espirituais, quer mercê da pregação daqueles que, com a sucessão do episcopado, receberam um seguro carisma da verdade. Isto é, a Igreja, no decurso dos séculos, caminha continuamente para a plenitude da verdade divina, até que se cumpram nela as palavras de Deus” (cf. DV 8).
 O conhecimento que faz a Palavra ser vida, orante, alimento, sustento e fundamento da ação pastoral. Nessa perspectiva acolher a Palavra é torná-la luz no agir, no planejar, nas ações e no cotidiano. Essa Palavra merece ser acolhida, pois é Palavra de Mistério. Bento XVI afirma: “Quando vamos receber o mistério eucarístico, se cair uma migalha sentimo-nos perdidos. E quando estamos a escutar a Palavra de Deus e nos é derramada nos ouvidos a Palavra de Deus que é carne de Cristo e seu sangue, se nos distraímos com outra coisa, não incorremos em grande perigo”? (VD 56)[5].

4. Onde buscar as luzes para uma Animação Bíblica da Pastoral?
Primeiramente na Palavra de Deus. Não como um livro, mas como relato de experiências vividas por um povo que crê no Deus único na busca de sua identidade e do seu caminho. Em Jesus esta Palavra se faz gente, Palavra encarnada na realidade. E Jesus se posicionou com uma novidade: estar aos lados dos pequenos, anunciar o Reino, experienciar o amor-serviço: tornou-se semelhante / irmão dos mais ‘perdidos’ (cf. Mt 18,11; Fil 2,6).
Ser seguidores/discípulos/as de Jesus leva aos primeiros cristãos a viver em comunidade, em intimidade com Ele, formando um ‘só corpo e uma só alma’ (cf. At 4,32s). E a empenhar-se na realização do Reino, realizar a missão no caminho da vida.
É na eclesiologia do Concílio Vaticano II, continuada nas Conferencias do Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM) e das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que a Animação Bíblica da Pastoral busca a sua força.
O Papa Bento XVI na Exortação pós-sinodal “Verbum Domini” assim se expressa: “A Constituição Dogmático Dei Verbum começa com estes termos: O sagrado Concílio ouvindo religiosamente a Palavra de Deus e proclamando-a com confiança... A igreja: essa é uma comunidade que escuta e anuncia a Palavra de Deus. A Igreja não vive de si mesma, mas do Evangelho, e do Evangelho tira, sem cessar orientações para seu caminho” (VD 51).
Falar em renovação pastoral necessariamente exige adentrar na eclesiologia de participação, em todos os níveis; pensar em paróquias descentralizadas e missionárias, onde os leigos e as leigas, junto com seus pastores, realizam sua vocação. Colaboram com os sucessores dos Apóstolos e se responsabilizam pela missão encomendada por Deus. Isto requer uma eclesiologia que vem sendo trabalhada desde o Concílio Vaticano II e continuado em inúmeros documentos do Magistério:
- Igreja que trabalhe pelas pessoas para recuperar a dignidade de criaturas amadas por Deus e tornadas filhos/as em Jesus Cristo.
- Igreja que se empenhe em criar comunidades vivas, que vivam a partilha e se organizem e articulem para viver uma vida plena de comunhão de irmãos entre si e comunhão com o Pai,
- Igreja que se comprometa com a missão em prol de uma sociedade justa e fraterna, onde os pobres tenham seu lugar como sujeito,
- Igreja comunidade reunida pela união do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
- Igreja que na sua vida, no seu culto e na sua pregação seja a comunhão dos “testemunhos de Jesus”!
- Igreja onde as instituições, doutrinas, leis, disciplinas, normas, orientações...visem ajudar a vivenciar as experiência fundamentais da vida cristã. Isto exige que:
A Igreja comunidade seja samaritana, que se aproxima, está atenta e age diante das “alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos homens e mulheres de hoje”. Assim se torne Igreja comunidade sacramental, que é “sinal e instrumento  da comunhão dos homens com Deus e da união do gênero humano”. Isto a torna Igreja que vive a Palavra no dia a dia, celebra o culto, e ensina a praticar a Palavra de Deus.
A Palavra de Deus aponta para Igreja ministerial, não como concessão ou suplência da falta de padres, mas como vocação que brota do batismo. Faz repensar o sentido de pertença à Igreja, num mundo em mutação, com nova compreensão de proximidade. Indica a primazia do serviço, em especial aos mais pobres e a superação do poder como forma de centralização, para uma Igreja servidora e ministerial.
Numa visão clara, incentivadora da missionariedade e de visão da pessoa humana a “pastoral da Igreja não pode prescindir do contexto histórico onde vivem as pessoas pois sua vida acontece em contextos sócio-culturais bem concretos” (D.A 367).

5. As intuições das Diretrizes da CNBB
As Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015[6] afirmam que “mudanças de época são, de fato, tempos desnorteadores, pois afetam os critérios de compreensão, os valores mais profundos, a partir dos quais se afirmam identidades e se estabelecem ações e relações” (20). A esses e outros desafios a CNBB propôs cinco perspectivas para o quadriênio 2011-2015:

5.1. Igreja em estado permanente de missão. “A própria comunidade cristã precisa ser ela mesma anúncio, pois o mensageiro é também Mensagem” (76). Nasce uma nova visão de ser batizado e ser cristão: a passagem, já insistida no Concilio Vaticano II, do cristão batizado e com algumas práticas religiosas para o cristão missionário. Essa é uma prospectiva que estará presente hoje e estará nas décadas vindouras. E a Palavra de Deus será lida, proclamada e vivenciada no coração dos que aderem a Jesus Cristo.
5.2. Igreja: casa da iniciação cristã. Trata-se de um itinerário evangelizador e catequético permanente. “A inspiração bíblica, catequética e litúrgica é condição fundamental para a Iniciação à Vida Cristã de adultos, jovens e crianças”. Neste processo de Iniciação à Vida Cristã, a formação, os encontros, os momentos celebrativos, os ritos, os símbolos, o mistério vivido e celebrado supera a mentalidade dos “cursos”. Adentra numa pastoral que integra a experiência do encontro com Jesus Cristo, a vivencia comunitária, a participação e celebração. Busca a interação com os Meios de Comunicação, a inserção nas diferentes atividades pastorais e espaços de capacitação, a evangelização, as pastorais, movimentos eclesiais e associações (cf 91). A Iniciação à Vida Cristã é mudança para um novo modelo pastoral e evangelizador. Torna a evangelização e a pastoral mais próxima das pessoas e suas situações. As pessoas deixam de ser objeto da ação pastoral e passam a serem interlocutores, sujeitos da experiência de fé e do serviço aos irmãos.
5.3. Igreja: lugar da Animação Bíblica da vida e da pastoral. Essa talvez seja a novidade que aponta para um novo horizonte. “As pessoas sejam agentes deste contato vivo, apaixonado e comprometido com a Palavra de Deus. Assim como toda a Igreja, todos os serviços eclesiais precisam estar fundamentados na Palavra de Deus e serem por ela iluminados” (92), com a “pedagogia para iniciar e manter contato permanente com a Escritura através de fortalecimentos de equipes de animação bíblica e a iluminação bíblica de toda pastoral (94); com o fortalecimento dos grupos bíblicos, grupos de família e de pequenas comunidades em torno da leitura orante, meditação e vivencia da Palavra de Deus e a formação continuada dos ministros e ministras da Palavra” (97). O enfoque bíblico aproxima as comunidades da presença de Deus nos fatos, na vida e na história. A bíblia é um livro leve e traz leveza para a dinâmica da vida.
5. 4. Igreja: comunidade de comunidades. “No interior da comunidade eclesial o diálogo é o caminho permanente para uma boa convivência e aprofundamento da comunhão. Isso requer a superação de um grande desafio para a pastoral e para a Igreja: educar para a vivencia da unidade na diversidade, fundada no princípio de que todos somos irmãos e iguais”! (96). Aqui se abre uma nova perspectiva e decisiva para o hoje e o manhã da Igreja: valorizar a comunidade como a “célula inicial de estruturação eclesial e foco de fé e evangelização”. Pois as comunidades permitem o conhecimento e a vivencia da Palavra de Deus, e o compromisso social em nome do evangelho. Documento de Aparecida insiste que “as paróquias são células vivas da Igreja e lugar privilegiado no qual a maioria dos fiéis tem experiência concreta de Cristo e a comunhão eclesial” (100). Igreja comunidade sinaliza para as assembléias e conselhos pastorais como nova dinâmica das relações e do serviço aos irmãos.
5. 5. Igreja: a serviço da vida plena para todos. Os tempos atuais esperam da nossa presença nas cidades, na sociedade e no campo com uma identidade: o serviço aos irmãos para que todos tenham vida plena. “Isto exige de todo cristão assumir atitudes, não apenas no que se refere ao anúncio imprescindível do valor da vida, mas também através de práticas que ajudam a vida a desabrochar e florescer em toda sua plenitude” (106). Neste novo milênio o serviço prestado à vida, á dignidade humana, aos dramas do abandono, ao perigo das drogas, da violência, do abuso sexual, da superação das desigualdades sociais requer da pastoral o permanente braço estendido (109-120). Pastoral que ajude a responder às necessidades e ansiedades.


6. Objetivo claro da Pastoral fundamentada na Palavra.
Quais as experiências pessoais e comunitárias que nos oferece a Bíblia? No Antigo Testamento e no Novo Testamento a presença de Deus ultrapassa o templo e a liturgia. Deus diz ‘eu nunca te abandonarei’ (Is 44,21; Is 49,15). Deus é o ‘bom samaritano’ (Lc 10,1s). Deus quer a convivência humana e a não submissão. Ele é Pai e resgata a dignidade de filhos/as e capacidade de irmãos/irmãos (Lc 15,11-32). Ele quer renovar todas as coisas e dá garantia de fruto (Jo 15,5): Ressurreição e recapitulação em Cristo.
Essas são as experiências fundamentais a serem vividas pelos cristãos e passadas-testemunhadas a todos os homens e mulheres, para que encontrem a alegria da salvação. Para que isto aconteça é preciso:
§  Formação de animadores bíblicos e de equipes diocesanas e paroquiais de animação bíblica da pastoral.
§  Formação bíblica para presbíteros, religiosos e religiosas, catequistas, ministros da palavra, coordenações das pastorais e movimentos eclesiais.
§  Emprego de meios de comunicação para divulgar o pensamento bíblico em forma sistemática, atraente e pedagógica.
§  Uma pastoral que faça a experiência de Igreja-comunidade de irmãos que se amam, que vivem os conflitos diários na sociedade, na família, mas que se querem bem.
A Constituição Dogmática conciliar Gaudium et Spes conclama: “As alegrias  e esperanças, as tristezas e as angústias dois homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo” (LG 1,1). A Gaudium et Spes intui a realidade dos homens e mulheres concretos que vivem no campo, nas favelas, nas periferias, nos prédios e nos aglomerados urbanos. São estes homens e mulheres que a pastoral necessita atingir através de sua ação.
O jeito de ser Igreja no hoje e amanhã sinaliza para ações a serviço das pessoas e  atenta aos desafios novos que estão acontecendo. Como resposta a esses desafios propor uma pastoral que molde a vida como o estilo de Jesus. Isto requer a passagem de uma pastoral teórica para pastoral concreta, ações junto onde estão as pessoas nas suas diversas situações. Aí ajudar a compreender e situar no mundo atual, a fazer a experiência de fé. Isto requer acolhida, capacidade e abrir horizontes aos problemas existências, sociais e religiosos.
O congresso “Católicos em Células”, (realizado de 21 a 24 de junho de 2011 em São José dos Campos, SP) com o tema “Ser e fazer discípulos”, propôs evidenciar a importância do discipulado dentro dessa obra de renovação eclesial, apresentando meta primária da ação evangelizadora: fazer discípulos (cf. Mt 28, 19), e como caminho seguro de formação missionária, pois “sem consolidação e discipulado não podemos contar com bons evangelizadores”.
Entre o ato de evangelizar e enviar missionários/as está o discipulado, que incorpora as pessoas na Igreja, levando-as à vivência comunitária, além de equipá-las para o cumprimento de sua tarefa cristã no mundo e garantir à Igreja não somente lançar-se, mas conservar-se em crescimento na missão.

7. Indicações pastorais
As reflexões, debates, sugestões propostas por esse 1º Congresso Brasileiro de Animação Bíblica da Pastoral certamente irão proporcionar material para a continuidade da reflexão. As propostas assumidas deverão ser traduzidas em projetos, programas e operacionalizações. Trazer a Palavra de Deus como centralidade da missão e da ação evangelizadora e pastoral é caminho para o hoje e amanhã. Mas não há tempo para perder. A palavra é veloz e tem seu curso, por isso nossa ação pastoral  ajuda a Palavra de Deus cair em terra fértil.
Os desafios apontam para a pastoral em que as pessoas se reúnem porque acreditam no Deus da vida, que chama, consagra e envia em missão. Acreditam na força do amor de Jesus Cristo que congrega a comunidade para fazer a experiência do encontro com Jesus Cristo, a inserção numa comunidade e o serviço prestado à sociedade especialmente no resgate da dignidade humana, a ética e a solidariedade.
Pastoral que move as pessoas para a capacidade de buscar crescer e que acredita no valor das comunidades e grupos articulados para conquistar seus direitos animados pela graça do Espírito Santo.
Pastoral que credita que o Deus dos pequenos tem o rosto dos excluídos, desamparados, esquecidos (Mt 25, 31-46) a quem somos enviados a enxugar o pranto, curar as feridas, estender a mão amiga, animados pelo ideal de seguir Jesus Cristo. “Se a realidade é de transição, do movimento, da diversidade, tendo como referencia o individual, a pastoral precisa ajudar o ser humano a conviver, partilhar experiências, compreensões, linguagens, decisões comuns, pois todo ser humano necessidade de pertença, de efetivas experiências comunitárias que se expressam no acolhimento, afeto, ajuda mútua” [7].
Neste mundo de mudança, de “desestruturação subjetiva”[8] temos à luz do Evangelho uma missão no mundo: Missão de reconstruir as pessoas na sua dignidade. Neste tempo em que as relações próximas foram trocadas pelo anonimato, com nossa simplicidade somos chamados a escutar, sentar e caminhar juntos. Neste tempo das tecnologias, somos chamados a cultivar a qualidade de vida. Neste tempo de transitoriedade somos chamados à solidez da Palavra de Deus. Neste tempo de busca de felicidade e de liberdade indicar a Palavra de Deus como caminho que liberta e dá vida (cf Jo 8,38).
Neste tempo das “relações líquidas”[9], de ofertas de possibilidades que leva a uma indecisão, a pastoral precisa ajudar as pessoas a fazerem a experiência da beleza da fé, da presença viva de Jesus Cristo que revela o amor do Pai e que nos chama pelo batismo para a missão de anunciar o Reino.
“Portanto esta Sagrada Tradição e Sagrada Escritura de ambos os testamentos são como o espelho e em que a Igreja peregrinante na terra contempla a Deus, de quem tudo recebe, até que chegue vê-lo face a face como é” (DV 7).

Dom Juventino Kestering
Bispo em Rondonópolis, MT
juvake@terra.com.br



[1] As citações bíblicas em todo texto são extraídas da Bíblia Sagrada –Tradução da CNBB, 8ª edição, 2008
[2] Constituição Dogmática Lúmen Gentium (LG), Concílio Vaticano II
[3] Documento de Aparecida, texto conclusivo da V Conferencia Geral do Episcopado Latino-Americano
[4] Constituição Dogmática Dei Verbum, (DV), Concílio Vaticano II
[5]  Exortação Apostólica pós-sinodal Verbum Domini (VD) do Santo Padre Bento XVI
[6] Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011-2015, documentos da CNBB 94, texto aprovado na 49ª Assembléia Geral, em Aparecida de 04 a 13 de maio de 2011.
[7] Mistagogia: Novo Caminho Formativo de Catequese – VII Sulão de Catequese, São José do Rio Preto, SP, 19 a 21 de agosto de 2011.
[8]  Expressão utilizada por Leonardo Boff, em “Crise neoliberal e sofrimento humano”, artigo de 11 de maio de 2011.
[9]  Expressão citada por Dr. Pe. Mário de França Miranda, in “Compreensão da fé a partir de Jesus Cristo”, conferencia proferida no 7º Sulão de Catequese, em São José do Rio Preto, SP, de 19 a 21 de agosto de 2011.